O caminhar pela arte abstrata é um desafio.
Ao contrário do que alguns pensam à primeira vista, não se trata do gênero mais simples. Muito pelo contrário, é justamente nela que estão grandes enfrentamentos no que diz respeito ao uso das cores e à delimitação de espaços.
O lidar com a não-figuração demanda amadurecimento e pesquisa. Não se trata de variações sobre o mesmo tema, mas de encontrar uma linguagem e levá-la até o extremo, num processo de verticalização técnica e emocional com a linha de pensamento adotada.
Rogério S. Jaeger, com a sua série Janelas da imaginação, consegue um intenso efeito pelo uso da tinta acrílica em camadas e pela utilização do dourado, que contribui para dar à obra um ar alquímico e espiritual. Os quadrados que surgem na faixa central da tela ganham em força à medida que se diluem no espaço.
O desenvolvimento visual tem como rumo o uso de ocres, vermelhos e lilás em que a transparência ganha cada vez mais destaque, num processo de criação de portais estéticos.
Há um mergulho progressivo na própria densidade da pintura onde o céu é o limite quando se atua a partir de uma sólida base de conhecimento plástico.
Por: Oscar D’Ambrosio
Cel: 11 98338-7426